02/07/2018 - Econômia
Louveira, a 70 quilômetros da capital, ocupa a primeira posição do ranking pela segunda vez consecutiva. A cidade que tem pouco mais de 40 mil habitantes conseguiu a nota máxima no IFDM 2016 e é a única no país a registrar um índice acima de 0,9.
Apesar do bom desempenho, a cidade registrou um saldo negativo de 953 vagas de emprego fechadas em 2016 um número sutilmente melhor do que o registrado em 2015, quando houve uma retração de 1.023 postos de trabalho localmente. Mas isso não foi suficiente para melhorar o IFDM Emprego e Renda da cidade, a exemplo do que aconteceu em outros municípios do país.
Por outro lado, 98% dos professores que atuam no ensino básico de Louveira têm ensino superior e apenas 6,9% dos alunos não estão na série adequada para suas idades. 86% das gestantes da cidade têm ao menos 7 consultas pré-natais durante a gestação (a média brasileira é de 69%) e apenas 0,7% das mortes no município são por causas mal-definidas.
Mas as surpresas do topo do ranking são as três cidades seguintes que deram saltos de desenvolvimento no último ano. Olímpia (SP), um importante polo turístico do estado, saiu da posição 83 para a segunda posição (Leia: Este é o plano de Olímpia para virar a “Orlando brasileira”).
Impulsionada pela geração de empregos na construção civil, a pequena Estrela do Norte (SP) saltou de 526 para o terceiro lugar. Já Vale Real (RS), de 276 para o quarto lugar, graças à geração de empregos na construção civil e no setor de produtos de metal, de acordo com o relatório.
Entre as capitais, Florianópolis (SC) e Curitiba (PR) são as únicas a figurar entre as cem mais desenvolvidas do país. O Rio de Janeiro, por outro lado, não ficou nem entre as 500 cidades com as melhores notas. O baixo desempenho da capital fluminense foi puxado essencialmente pela retração no IFDM Emprego e Renda.
“O principal fator foi a construção civil. Teve muita obra de infraestrutura para Copa e Olimpíadas e quando isso acabou os empregos não permaneceram”, afirma Jonathas Goulart Costa, coordenador de estudos econômicos da FIRJAN.
Historicamente, as regiões norte e nordeste concentram os piores indicadores socioeconômicos do país. Mas é nas realidades locais que as disparidades com o restante do país (principalmente com o Sul e Sudeste) ficam mais evidentes.
Prova disso é a parca presença de municípios dessas regiões entre os 500 mais desenvolvidos do país, segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), lançado no final da tarde de ontem, com dados de 2016.
Segundo o estudo, apenas 8 dessas cidades são nordestinas e só uma está no Norte do país. No ranking das 100 mais desenvolvidas, listado abaixo, há apenas uma representante das duas regiões: a cidade de Eusébio (CE), da região metropolitana de Fortaleza, está em 94.
Por outro lado, as duas regiões concentram 96% das 500 cidades com os piores indicadores de desenvolvimento socioeconômico do país. Quando se considera todo o conjunto de municípios de cada região, mais da metade do Norte (60%) e do Nordeste (50,1%) foi classificada com desenvolvimento regular ou baixo.
No extremo oposto, está a região Sul do país, a mais desenvolvida de acordo com os cálculos da Firjan: quase todos dos municípios do Sul (mais precisamente 98,8%) foram avaliados com desenvolvimento moderado ou alto – nenhum foi classificado em baixo desenvolvimento.
Na região Sudeste, 92,9% das cidades tiveram classificação semelhante – a exceção fica por conta do norte de Minas Gerais, que concentra o maior número de cidades com desenvolvimento regular da região. Em 2016, o Centro-Oeste, por sua vez, teve 92,4% das cidades com desenvolvimento alto ou moderado.
Clique aqui e confira a lista das 100 cidades mais desenvovidas do país.
Fonte: Exame